Ontem eu queria escovar meus cabelos.
Como assim e daí?!
Oras, repare no tempo verbal: eu não o consegui fazer.
Porque, sorrateiramente, sem ninguém saber, ela fugiu de casa. Sim, cerda ante cerda, foi-se. Uma pequena escova de cabo marfim, cerdas duras, e pretas... sem pai nem mãe na rua... ou sei lá onde...
Como assim e daí?!
Oras, repare no tempo verbal: eu não o consegui fazer.
Porque, sorrateiramente, sem ninguém saber, ela fugiu de casa. Sim, cerda ante cerda, foi-se. Uma pequena escova de cabo marfim, cerdas duras, e pretas... sem pai nem mãe na rua... ou sei lá onde...
Lembrei, de repente, daquela história que ouvi há algum tempo sobre as canetas Bic. Dizem que elas são pequenos extra-terrestres que estão invadindo a Terra silenciosamente, entram em nossas casas por nossas próprias mãos e são levadas a todas partes de nosso cotidiano. Lembrou, agora, de ontem à tarde, quando você levou uma Bic ao banheiro para resolver palavras cruzadas? Ela viu tudo, acompanhou tudo, está no seu bolso em todos os momentos, sabe os valores dos seus cheques, armazena informações sigilosas... Canetas Bic não são de confiança... dizem que elas estão coletando informações para dominar o mundo. Já reparou? Um belo dia você procura aquela mesma Bic de sempre e constata que ela sumiu? Ela acaba de partir para encontrar suas comparsas, milhares delas... vão para seu planetinha distante e fazem planos para conquistar nosso planeta azul.
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