quarta-feira, agosto 08, 2007

"booo... [microfonia] ããã.... boa tarde a todos.

primeiramente, eu gostaria de agradecer pelo convite da direção da escola e pela presença de todos, nesta que pretende ser uma palestra sobre minha profissão.

[púlmões bem cheios de ar....]

Bem, meu nome é Tereza. Sou formada em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Vale de Itamiritim, MBA EXECUTIVO EM SAÚDE - GESTÃO HOSPITALAR. Trabalho há sete anos na área. [só uma breve introdução elucidatória]

quando recebi o convite para esta palestra fiquei em dúvida sobre o que diria, afinal a minha área é mesmo muito especial. A carreira administrativa tem me proporcionado muitas horas de trabalho contínuo e prazeroso.

... [uma tossidinha pra arranjar tempo e pensar]

Na verdade, muitas áreas me proporcionaram horas prazerosas... claro que é sempre muito estranho quando a gente diz que adora bordar em ponto-cruz... hehehe [riso desajeitado, bochechas vermelhas]


... [a platéia, em inédito silêncio, começa a prestar atenção, a maioria prende o ar para não rir]

Engraçado... Que mania é essa que a gente tem de classificar as pessoas por área. "Fulano é da área de informática". "Beltrano nasceu pra trabalhar na área de saúde". "Criação é que é a área da Cicrana"...

Parece até que nenhum alterofilista pode gostar de cultivar bonsais e fazer ambas coisas bem!!

Quem disse que por ser médico, o rapaz não pode gostar de limpar sua casa??!!!

A gente cria parâmetros, colocamos pessoas dentro de caixas etiquetadas. "Oras, se ela estudou arquitetura, só pode estar frustrada dando aulas de informática!!!" Será mesmo??

"Veja bem, estudou anos e agora largou tudo por causa de uma paixão doida!" Pois que faça o que melhor lhe vier!!!

Se eu gosto de aparar a grama, maquiar peruas e redigir textos publicitários, pois que faça tudo!! mais pessoas felizes é o que o mundo precisa e não um bando de MBAs cisudos, carrancudos, mal-amados e mal-resolvidos!

É chegada a hora de trabalhar com prazer e viver gozando na vida!!!!"

E, dizendo isso, ergueu os braços num gesto eufórico, arrancou o crachá, abriu a camisa, soltou os cabelos - cuidados com cremes feitos com ovo e mel - e foi até a praça aceitar o convite de casamento do pipoqueiro.