terça-feira, dezembro 14, 2010

lutinho

Uma coisinha que nem era pra ser,
uma coisinha que nem tinha como crescer,
uma bolinha pequena,
levou um pedacinho de mim... antes mesmo de eu saber.

Sem planos, sem intenção, sem querer,
agora que nem é mais... sinto a dor de perder algo que nem tive.

Vou me permitir um lutinho.

terça-feira, novembro 30, 2010

Vladimir Kush

Eu, que sou uma pessoa bem do tipo das que fizeram o sucesso de Salvador Dalí, ou seja, uma entusiasmada com surrealismo, especialmente nas artes visuais, encontro muita afinidade com a arte de Vladimir Kush.

O dito cujo, evidentemente russo de nascimento, é considerado por uns o maior nome do surrealismo na atualidade. Como já "disse", simpatizo com seu trabalho, mas não é pra tanto... Deixo, cá, um link com o site de Kush, para que todo mundo que lê este blog (ei, bota gente nisso) possa tirar suas próprias conclusões.

De todos os que vi, meus mais elogiados são os seguintes (os demais não estão porque nem gostei mesmo):
Patterns of the Light


Full Moon Game


Divine Geometry


Daisy Games


Breakfast on the lake


Esse último não faço ideia do título, mas gosto muitíssimo, sobretudo porque é muito "quixotesco".

segunda-feira, novembro 08, 2010

Challenged

Assim como no cartoon do Stuart (reparou na intimidade?) a seguir (clique para ampliar), eu também adorava ir à escola, bem como ele conta, depois veio o vestibular, a faculdade e, pela primeira vez, desde que lembro de mim, me vi sem aula, sem provas e sem roteiro evolutivo. Assustador.

Desde que me formei, tenho feito alguns cursos, aprendi a usar novas ferramentas, estou sempre estudando por tutoriais, mas ainda falta a sensação de que estou evoluindo... e também tem aquela coisa de me sentir estagnada, acomodada...


Então lá vou eu, começar tudo de novo: cursinho pra fazer vestib
ular, vestibular pra fazer outra faculdade, faculdade pra ter outra formação, outra formação pra desenvolver outras atividades.

É um plano que tem data de começo e muito tempo pela frente até ter fim, mas, apesar de ser bastante ansiosa, consigo ser paciente. E lá vamos nós!!!!





sexta-feira, setembro 24, 2010

Hunf!!!


- Que é mesmo que tu faz?

- Eu sou publicitária.

- Ah, sei - (cara de "faço a mínima")

- Hunf!

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- Olha, aquele busdoor fui eu que fiz!

- Mas que modelo feia, não tinha uma melhor?

- Eu não fiz as fotos, elas foram cedidas pela grife. Eu fiz o layout.

- Então o que tu fez? Imprimiu?

- Não, isso não é o meu trabalho, quem faz isso é uma outra empresa.

- Não sei pra quê as pessoas pagam vocês se elas podem ir direto nos caras que imprimem!

- Hunf!

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- Tu usa o photoshop, né?

- Sim, direto.

- Tu me ensina?

- Pra quê?

- Pra ajeitar umas fotos, tirar uns tremidos, ajeitar umas em que pisquei bem na hora... essas coisas.

- Mas não vale a pena tu aprender um programa tão complexo e técnico quanto o photoshop.
Quando tu fizer uma foto, faz vários disparos seguidos, assim, sempre vai poder escolher uma que ficou boa de foco e ninguém piscou.

- Que te custa? Só me ensina o básico...

- Eu precisaria ter mais tempo. E, de qualquer jeito, acho que não vale mesmo a pena pra ti. Gera arquivos pesados, e tem programinhas mais simples pra edição caseira de imagens...

- Ai, quanta má vontade.

- Hunf!

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- Meu tio tem uma loja. Aí ele quer fazer uma propagandas... Lembrei de ti.

- Que ótimo! Ó, ta aqui meu cartão, diz pra ele ligar lá pra agência que a gente marca uma reunião com o atendimento.

- Mas tu não quer fazer por fora? Pode tirar uns trocos!

- Não, ele, com certeza, vai estar melhor atendido com a estrutura da agência. Lá eu tenho melhores condições de trabalho, posso me dedicar melhor ao job. E tem uma equipe, entende? A empresa e a imagem da marca vão ser beneficiadas se houver um trato mais profissional.

- Mas que falta de visão! Tu tá muito acomodada! Tá precisando ser mais ambiciosa!

- Hunf!

quinta-feira, setembro 16, 2010

Bóris, o sagaz

Apesar de seu porte imponente, musculoso, forte e bonitão, Bóris vivia subjugado às grades e muros de seu lar. Sempre vendo a vida passar pelas frestas.

Mas ele tinha uma arma secreta: um cérebro. Escondido por trás de olhos meigos e atentos.

Bastou uma única oportunidade. E Bóris a agarrou com unhas e dentes (e babou nela toda).

Foi livre.

De peito aberto, correu contra o vento, ignorando os que passavam por ele.

Em silencioso triunfo, correu.

Exibindo seus músculos bem definidos, correu.

Sentindo as bochechas como flâmulas ao vento, correu.

Mas sentiu que a liberdade perdia o sentido a cada passada, e parou.

Naquela noite Bóris dormiu feliz, na segurança amurada do carinho de quem o mantém não preso, mas a salvo.

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Quando decidimos que queríamos um novo cachorrinho, optamos por um boxer. São cães inteligentes, concluímos.

Mas, assim, sagaz, não esperávamos.

Deixamos que ficasse sozinho. Na segurança do pátio fechado. Com portão eletrônico. Não adianta pular, morder, trompar. Sem controle, não abre.

Mas se o problema era usar o controle, ele deu um jeito. Por uma dessas coisas do "destino", o controle que deixamos na garagem caiu ao chão.

Chegamos em casa depois de algumas horas. O portão aberto, sem marcas de ter sido forçado. A casa intacta, fechada, alarme ligado. Nada do cachorro. Nada, nem sinal.

E o portão todo aberto.

Cada um sai pra um lado. Chamando. E se ele foi para a rodovia? Pode estar longe, pode estar esparramado em metros de víceras atropeladas, pode ter sido levado por alguém.

Na rua lateral, na de baixo, no parque residencial... por onde começar, onde há mais riscos? onde há mais chances?

Ele apareceu. À porta de um vizinho amigo. Ficou feliz de nos ver. Fez festa como se quisesse contar do seu triunfo. Correndo, faceiro, voltou pra casa.

Perto do capacho, encontramos o controle babado. Fim do mistério.


terça-feira, agosto 03, 2010

Corazón de manteca

A verdade é que sou uma farsante...

Digo isso suave e baixinho, como uma confissão pra ninguém ouvir.

Debaixo da pele de lobo, tem um cordeiro.

Toda segura, falando com pose de sabichona, que sempre tem uma opinião a dar.

Reduzida a nada por uma crítica a algo realizado com amor e levada ao céu por um pequeno elogio ao esforço.

Entendo que amor é uma questão de interesses mútuos satisfeitos por pessoas com o mesmo plano de vida.

Mas sou apaixonada até o último nível por um rapazinho de carne e osso - e olhar profundo.

Digo que meu marido é imperfeito, comete erros, é um incorrigível.

Mas é tudo que preciso para estar em paz e não tolero que outros digam qualquer coisa ruim sobre ele.

Já faz algum tempo não temos discussões, somos práticos, resolvemos pautas em reuniões a portas fechadas.

Mas, todos os dias - praticidade à parte - divagamos sobre a vida linda que temos juntos.

Despertador a postos, não podemos nos atrasar: "Amanhã o despertador toca e vamos levantar direto pra dar tempo de blá-blá-blá".

Mas todos os dias, um segura o outro, num abraço apertado, cheirando o pescoço e pedindo mais um minutinho assim, só nós dois, em paz.

Se existe só uma pessoa pra cada um nesse mundo, é muita sorte ter encontrado a minha há doze anos, quase sem querer.


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"No matter what,
we know we've got everything that we need,
Each mornin' we wake up:

Four walls,
three words,
two hearts,
one love."


Trecho de "Four walls", Randy Travis

quarta-feira, julho 14, 2010

Su Blackwell

Su Blackwell

É a artista e diretora de arte inglesa que anda picotando livros por aí. Bom, judiarias à parte, o trabalho faz as histórias tomarem vida, dá volume aos texto, literalmente (e literalmente!).

Dá uma olhada nos meus favoritos e depois confere no lik acima outros trabalhos da dona.



2007, Alice, A Mad Tea Party.



2009, Pandora opens Box



2009, Edensor, Derbyshire, A Guide to



2008, The Wild Swans



2008, The Girl in the Wood



2008, Circus Days and Circus Nights


2007, The Secret Garden, finding the door

terça-feira, maio 18, 2010

Conhece Irina Vinnik?







Quando eu crescer quero ter uma mão obediente ao cérebro, e um cérebro criador como o de Irina Vinnik:













Esse livro incrível é um projeto pessoal (dela, não meu) e não está a venda. Ela fez o livro que queria ter quando criança... o engraçado é que é o livro que eu queria ter agora...

Não sou capaz de decifrar o que possa estar escrito no texto, mas faria um empréstimo bancário se fosse possível comprá-lo. Simplesmente fantástico. snif, snif, snif....

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Há certas coisas que são inimagináveis, uma delas é um homem escrever uma música falando sobre a menstruação. Confesso que gosto das metáforas da letra.

Segue abaixo meu trecho favorito em tradução llivre:

De vez em mês
A Cegonha se suicida
E aí está você tão deprimida
Procurando uma explicação

De vez em mês
O céu rouba o seu milagre
O tempo te transforma em calendário
De uma vez, de vez em mês


E a letra original de " DE VEZ EN MES" de Ricardo Arjona

De vez en mes te haces artista
Dejando un cuadro impresionista
Debajo del edredón

De vez en mes con tu acuarela
Pintas jirones de ciruela
Que van a dar hasta el colchón

De vez en mes, un detergente
Se roba el arte intermitente
De tu vientre y su creación,
Si es natural cuando eres dama
Que pintes rosas en lacama
Una vez de vez en mes...

De vez en mes
La cigüeña se suicida
Y ahí estas tú tan deprimida
Buscándole una explicación

De vez en mes
El cielo te roba el milagro
El tiempo te hace un calendario
De una vez, de vez en mes

De vez en mes
Tú me propones
Huelga de hambre
Yo algo de imaginación.

De vez en mes la luna nueva
Viene a quitar lo que renueva
Y a colocar otra ilusión
De vez en mes soy invisible
Para intentar en lo posible
No promover tu mal humor

De vez en mes no hay quien te aguante
Y es tu pecado estar distante
Y otro peor quedarme ahí
Y aunque hay receso obligatorio
Y el cielo se hace un purgatorio
Te amo más de vez en mes

De vez en mes
La cigüeña se suicida
Y ahí estas tú tan deprimida
Buscándole una explicación

De vez en mes
El cielo te roba el milagro
El tiempo te hace un calendario
De una vez, de vez en mes

De vez en mes
Tú me propones
Huelga de hambre
Yo algo de imaginación.

De vez en mes
Tu vientre ensaya para cuna
Tu humor depende de la luna
Y yo te quiero un poco más

De vez en mes
A ti te da por tomar siestas
A tus hormonas por las fiestas
Y el culpable siempre yo

De vez en mes
No hay más reloj que el de tu cuerpo
No hay más luz que la que das
De vez en mes

Veja outras histórias que o guatemalteco transformou em música:





segunda-feira, janeiro 11, 2010

6 de janeiro

Um-a-um, os coloridos frutos foram deixando o pé.
Triste pela nudez, o pinheirinho dobrou seus galhos e foi dormir na caixa.